Mulher afrodescendente sofre racismo de outra negra. "Pretinha feiosa", teria dito a ofensora.
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O inusitado aconteceu em um mercadinho da periferia de Salvador. Aparentemente agitada, e com pressa, uma mulher insultou a caixa do supermercado chamado-a de 'pretinha feiosa". O fato foi comunicado e um boletim de ocorrência foi registrado como injúria racial. Até aí, nada de mais, até se verificar que a ofensora também era negra, de pele tão ou mais escura do que a da vítima. "No Brasil, a consciência racial ainda é muito incipiente. Há pessoas que nem mesmo sabem que são negras. O caso do Ronaldo Fenômeno não se declarando negro em uma campanha que fez contra o racismo é um sintoma. A grande miscigenação do país que gera uma identidade dúbia, não definida na mente das pessoas Além disso, o racismo por aqui nunca ganhou contornos legais, nunca foi institucionalizado, nunca houve um "apartheid" aos moldes norte-americanos, ou sul-africanos. Isso não significa que não haja racismo no Brasil. Há sim, mas são nas pequenas atitudes do dia a dia. É um racismo sorrateiro, velado, que não declara explicitamente" explicou uma especialista associada ao estudo da formação antropológica do Brasil.
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